A Turista Portuguesa

Olá pessoas lindas!

Começo a partir de hoje postar no blog, além das minhas poesias, postarei meus contos. Espero que gostem e se gostar, não esqueça. Comente!

P.S: Lembrando que meus contos e poesias são todos registrados, caso queira utilizar, favor entrar em contato.

Besitos Calientes da Señorita Malagueta





Na terra de todos os santos


( A Turista Portuguesa)



Acabara de desembarcar do voo. Não acreditava no que meus olhos viam. Depois de anos de economia e planejamento eu estava lá! Diante dos meus olhos aquela terra abençoada de pessoas cativantes, de sol quente bronzeando peles, de ares marítimos. “Bahia, de todos os santos, encantos e axés”


Deslumbrada com o clima mágico do lugar, não dei conta de ter sido deixada para trás. Minha euforia era tamanha que quase me perco de meu grupo, que seguia ao encontro do nosso guia. Ao aumentar o ritmo de meus passos para alcançar minha excursão, esbarrei bruscamente em um carrinho de viagem. Minhas bagagem, que não eram poucas, foram ao chão. Recolhi tudo tão rápido que nem notei que minha frasqueira ficara para trás. Já saía novamente apressada quando ouvi:


-Ei, senhorita!


Virei rapidamente e me deparei com um rapaz moreno de pele bronzeada. Na hora nem notei a identificação da agência de viagens pela qual tinha contratado o pacote. Ele me estendeu a frasqueira e sorriu:


- Acho que a senhorita deixou cair. - disse-me ele ao me entregar a frasqueira.
Fiquei sem reação nenhuma, estava hipnotizada por aquele sorriso desconcertante. Jamais vira algum tão magnético e belo.


- Senhorita? Tudo bem? - chamou-me novamente.


Despertei de meu transe, agradeci a gentileza e saí em disparada pelos corredores do aeroporto até alcançar meu grupo que já embarcava no ônibus que nos levaria ao nosso hotel.
Após uma rápida volta pela cidade chegamos ao hotel, onde teríamos alguns minutos para guardar as bagagens e almoçar antes de sair para um novo passeio. Peguei as chaves e subi até o quarto no qual ficaria hospedada. Larguei as malas em um canto, tomei um rápido banho e coloquei um vestido de tecido leve, bem mais adequado a temperatura da região. Passei um perfume suave de aroma almiscarado e segui rumo ao saguão do hotel, onde nós, os turistas europeus, esperaríamos o guia de passeios.


Nosso grupo era formado em sua maioria por italianos e franceses. Eu era a única portuguesa e única que estava no Brasil pela primeira vez. Conversávamos animadamente quando fomos interrompidos pelo chamado do nosso guia. Logo os 17 turistas europeus se acomodaram para ouvir as orientações. Eu, como sempre, fui a última a me sentar e por isso fiquei bem atrás onde quase não conseguia ouvir e enxergar nada. Um a um fomos chamados para a entrega do roteiro do passeio daquela tarde. A maioria do grupo já tinha se retirado quando chegou minha vez. Aproximei-me do guia e fui surpreendida por um sorriso familiar.


Jamais poderia imaginar tamanha coincidência. O rapaz que me ajudara há pouco no aeroporto seria o guia de nossa excursão. E para minha total surpresa, não se tratava de um rapaz mas, sim, de uma mulher! Uma mulher com características masculinas, tal como ombros largos e cabelos curtos, porém detentora de marcantes traços femininos. Tratava-se de uma mulher de, aproximadamente 30 anos, mais ou menos 1,75 de altura, pele dourada de sol, cabelos na cor preta, sobrancelhas imponentes e olhar expressivo. Uma beleza andrógina como até então desconhecia. Afinal, nunca havia reparado em mulheres, muito menos em mulheres um tanto masculinas. Pela segunda vez em poucas horas era desperta de meus pensamentos por aquela voz rouca e sedutora:


- Olá, senhorita, muito prazer! Meu nome é Leila, serei a guia que lhe acompanhará em sua estadia na Bahia. Caso precise de algo é só me procurar.


- Muito prazer, sou Helena!- retribui o sorriso estendendo a mão em cumprimento a Leila.
Senti uma leve excitação ao tocar a mão de minha guia. Senti-me atordoada. Senti-me desconfortável e um pouco culpada por ter desejado Leila, mesmo que inconscientemente.


Retirei-me do saguão o mais rápido que pude. Ainda desorientada por minhas inesperadas reações, juntei-me ao grupo na saída hotel. O encontro com o guia, quer dizer, a guia Leila me causava muita estranheza. Não sabia eu se pelo fato dela ser mulher ou se por ela ter me despertado certo encantamento.


- Boa tarde a todos! Para quem ainda não decorou, meu nome é Leila. - disse ela com muita simpatia - Acompanharei vocês em todos os passeios por Salvador. Em nosso primeiro passeios iremos conhecer dois dos mais famosos pontos turísticos da cidade: o Pelourinho, seguindo depois para o elevador Lacerda. Tenham todos um bom divertimento e aproveitem o passeio.


Por todo o trajeto, Leila ia apresentando pontos turísticos, transmitindo informações históricas, curiosidades e costumes da cidade. Eu não conseguia me concentrar nas explicações pois tudo o que via era seu rosto, sua expressão forte, seu sorriso.


Ao chegar no Pelourinho, logo na subida da ladeira, me desequilibrei e torci o pé. Estava prestes a levar um tombo daqueles quando um braço forte me segurou pela cintura.


-Cuidado mocinha! - disse Leila, com um doce sorriso.


Precisei de muita coragem para, finalmente, iniciar um dialogo com ela:
- Parece-me que tu estás sempre a me salvar, gaja.
- Ossos do ofício – sorriu Leila


Até hoje não sei Leila respondeu-me com certo ar de malícia ou se minha mente aparvalhada desejava que assim ela o tivesse feito. Só sei que minha face se incendiou e que as maçãs de meu rosto ruborizaram.


De volta ao passeio. Subimos a ladeira e encontramos um ensaio do Olodum. O clima do local me contagiou e quando me dei conta já estava a dançar. A vibração do lugar era maravilhosa. Uma multidão de pessoas alegres a dançar. E no meio de todos, notei Leila parada num canto a me olhar discretamente. Nossos olhares se cruzaram. Um arrepio percorreu meu corpo.


Aquela sensação era estranha pra mim, porém começava a me agradar. Eu estava gostando desse provável joguinho de sedução. Só não sabia bem como lidar com essa situação.
Passamos a tarde em passeios interessantes. Na medida que mais conhecia a Bahia, mais me apaixonava por aquela terra ensolarada.


Estávamos todos exaustos ao retornarmos para o hotel. Despedia-me de Iola, uma italiana do nosso grupo, quando Leila se aproximou:


-Seu pé esta melhor?


Respondi afirmativamente com um leve balançar da cabeça.


-O que está achando daqui, Helena? Apreciando os passeios? - insistia ela.


- Ah! Adorei a Bahia, esse lugar abençoado de pessoas animadas e alegres! Gostei muito do Olodum. Tanto que nem senti o pé torcido. Até dancei! As pessoas aqui tem ritmo quente! E tu, não dança? Não te vi dançando. - disparei de uma vez, num misto de entusiasmo e nervosismo.


- Dançar? Sim, gosto de dançar. Se der tempo posso levá-las em um bar aqui perto que é muito bom para dançar.


- Adoraríamos!!! - intrometeu-se Iola na conversa.


- Bem, senhoritas, vocês devem estar cansadas. Vou deixá-las descansar. Amanhã temos mais um dia cheio de atividades. Tenham uma boa noite!


- Boa noite para ti também, gaja! E muito obrigada, mais uma vez, por salvar-me. – sorri inocentemente me despedindo de Iola e Leila.


Estava moída. Tudo o que precisava era me jogar em baixo do chuveiro de meu quarto e depois cama. Durante o banho meus pensamentos foram em busca de Leila. Seu sorriso, suas mãos fortes em minha cintura me agarrando com firmeza, impedindo o tombo. De olhos fechados sentia a água quente escorrer por meu corpo. Relaxava aos poucos ao mesmo tempo que a imagem de Leila tomava forma em minha mente. Numa viagem surreal, via suas mãos percorrendo meu corpo, tocando levemente meu seio. Sua boca quente me beijava, fazendo minha pele se arrepiar a cada toque, suas mãos deslizavam sobre meu ventre buscando meu sexo. Senti-me penetrar levemente. Molhada e excitada era invadida por ela, a princípio de maneira suave e depois com vigor. E a cada estocada ela arrancava de mim gemidos insanos de prazer. Não suportava mais de tanto tesão, quando Leila se ajoelhou e passou a me chupar. Sua língua me devorava enquanto sua boca me sugava tão forte e intensa que minhas pernas ficaram quase sem forças para me manter em pé. Enlouquecida, só conseguia implorar para que Leila me chupasse mais e mais. Queria gozar e explodir de prazer para ela, na boca dela. Estava quase em êxtase quando fui despertada de meu delírio pelo toque da campainha do quarto. Era meu jantar sendo entregue.


Naquela noite dormi atordoada pelo tesão que habitava em mim e também por me achar louca por sentir tudo aquilo. No dia seguinte acordei cedo. Fui uma das primeiras a descer para o café. Lia uma revista, atrás de óculos escuros que escondiam a noite mal dormida, quando escuto uma voz conhecida:


- Bom dia, Helena! Posso me sentar?


Olhei por cima do óculos e pude avistar a pele bronzeada de Leila.


- Claro, fique a vontade!


Meu nervosismo foi notório desde que Leila sentou-se a mesa. Ainda bem que estava de óculos escuros porque as cenas de minha fantasia noturna voltaram a mente. Acredito que ela percebeu minha inquietude e não conversou muito, deixou-me continuar a leitura. E quando todos do grupo já se encontravam no salão, ela apenas levantou me convidando para mais um dia de passeio.


Sinceramente, aquela viagem estava sendo uma tortura. Não sabia ao certo que diabos estava acontecendo. “Não é normal!” pensava. “Como eu, uma mulher de quase 30 anos, estava vivendo um desatino adolescente desses.” Desatino adolescente, sim! Até mesmo porque nunca havia passado na minha cabeça a possibilidade de me interessar por uma mulher. “Isso nunca!”


O dia passou tão rápido que nem pude notar. Meus pensamentos estavam longe. Quase não prestei atenção nos lugares que havíamos ido. O grupo, mais entrosado e animado com as surpresas que a Bahia revelava a cada instante, quis sair para dançar e conhecer mais pessoas novas, porém o passeio não fazia parte do pacote. Muito gentilmente, Leila se prontificou a levar o grupo a um bar dançante. O grupo ficou animadíssimo e, tão logo o horário de saída foi combinado, cada um se retirou para um breve descanso antes da noite de badalação. Esperava o elevador quando Leila se aproximou:


- Eiii, você virá conosco ao bar? Assim poderá ver que danço também. - disse ela com um sorriso irônico nos lábios.


- Não sei ainda. Estou um pouco indisposta. - respondi com ar de desinteresse.


Percebi uma pequena decepção em seu olhar.


-Helena, notei que você está estranha. Tem algo a incomodando?


Senti novamente minha pele queimar e respondi quase que gaguejando:


- Não, não há nada de estranho.


- E por que não quer vir conosco ao baile? Está com medo de algo? - perguntou com uma certa petulância.


- Não, não tenho medo de nada! Por que deveria ter? Apenas dor de cabeça. - respondi.
Virei as costas e entrei no elevador. Antes da porta fechar, Leila me pegou pelo braço fazendo-me encará-la e disse olhando em meus olhos:


- Se não temes nada, se sabes muito bem o que quer, então esteja pronta no saguão do hotel às 22 horas.


Não tive nem tempo de responder. Leila soltou meu braço e a porta do elevador se fechou. Cheguei no quarto decidida a não sair. Estava indignada com tamanha ousadia de Leila. Pus-me a pensar. “Será que ela sabia? Será que ela tinha notado meus olhares? Não, não, impossível!” Já estava ficando louca com tantas suposições quando o telefone do quarto tocou. Suei frio. Meu coração disparou. Imaginava ser Leila. Pensei em não atender o telefone, mas a curiosidade foi maior. Tirei o aparelho do gancho com as mãos tremulas. E se fosse Leila, o que faria? Tensão, suspense e, por fim, decepção. Do outro lado da linha, a italiana Iola insistia para que eu saísse com ela. Falou-me que conhecera um baiano que estaria no bar. Disse a ela que não estava a fim. Decidida a não ir sozinha, Iola usou de todos os argumentos para me animar. Só cedi as pressões de minha colega de viagem quando soube que o tal baiano estaria acompanhado de um amigo solteiro. Bati o martelo. Conheceria o amigo e terminaria de uma vez por todas com esses pensamentos malditos que não me deixavam aproveitar minha viagem.


Mais que depressa tomei um banho já planejando qual roupa usaria. Teria que vestir algo bem sexy mas sem ser vulgar. Algo que impressionasse mas que não parecesse uma árvore de natal. Escolhi uma mini-saia jeans branca, uma blusa vermelha frente única que deixava as costas a mostra, presa apenas por uma tira amarrada ao pescoço, uma sandália meio salto que valorizava as pernas, maquiagem leve e, para finalizar, um bom perfume, Angels, o meu predileto. Olhei-me no espelho e julguei-me irresistível. Por alguns segundos meus pensamentos buscaram Leila. Tentava adivinhar a feição dela ao me ver tão sexy. Não demorou muito para que meu próprio pudor me trouxesse a realidade e me questionasse o porquê de Leila se, na verdade, me arrumara para encontrar um homem e não uma mulher.
Resolvi descer alguns minutos antes para tomar um drink no bar do hotel. Sentei-me ao balcão e fiquei ali degustando um cocktail tropical até a hora marcada. Olhei o relógio de meu pulso que marcava 22 horas. Quando meus olhos retornaram ao salão perdi o fôlego. Não acreditava naquilo que eles viam. Ela, com seus 1.75 de pele bronzeada, trajando uma bermuda jeans um pouquinho folgada, camiseta regata branca estilo nadador, deixando a mostra a tatuagem tribal no ombro esquerdo, colar de coquinho no pescoço, pequeno brinco de argola na orelha esquerda e cabelos curtos negros levemente arrepiados que harmonizavam perfeitamente com aquele sorriso estampado no rosto. Linda!!! Sua beleza era algo surreal e alterava meus hormônios. Observei-a atentamente por alguns instantes. Notei sua semelhança com a bela atriz brasileira Helena Fernandes, só que de cabelos curtos e pele bronzeada.


Ela vinha em minha direção. Só que antes de alcançar o bar, a guia foi interceptada pelos eufóricos turistas europeus que toparam sair para dançar. Leila acenou brevemente, me chamando para o passeio noturno.


O bar dançante ficava a poucas quadras do hotel. Nem tive tempo de conhecer direito o ambiente já que Iola, empolgada com o encontro, foi me puxando em direção ao tal baiano e seu amigo. Num piscar de olhos, Iola sumiu com seu pretendente e me deixou lá com Cristian, o amigo. Não foi nem um pouco complicado manter um diálogo agradável com Cristian, bonito, alegre e charmoso. Em outras ocasiões certamente ele teria me despertado o interesse, só que dessa vez a minha mente, minha total atenção, meus olhos buscavam por Leila.


De longe avistei Leila dançando. Juro que não sabia nem qual a música! Juro que nem conseguia ouvir a música! O mundo havia parado para que eu prestasse atenção em seu gingado malandro e sensual. Sensualidade masculina com leves toques de feminilidade, uma mistura explosiva. Para a minha surpresa, não fui a única que notou esse furação erótico. Ao seu redor, homens e mulheres encontravam-se encantados com sua “baianidade”. Leila era o centro das atrações. Isso me causou certa inquietude. Queria Leila só para mim!


Não conseguia mais me conter. Nem prestava mais atenção em Cristian. Resolvi ir até ela! Pedi licença ao meu acompanhante Cristian e fui em direção a Leila. Cheguei próximo de onde ela estava. Passei a dançar também de uma forma sexy para que ela notasse minha presença. Não precisou de muito. Logo ela me reconheceu. Abriu-me um sorriso lindo, continuando a dançar. De perto ela era ainda mais sensual, pois só assim poderia perceber a expressão de maliciosa em seu rosto.


Num gesto de muita ousadia, me aproximei mais dela e, aproveitando a música alta, perguntei em seu ouvido se ela não pagaria uma bebida para mim. Ela sorriu com um leve morder nos lábios, me pegou pela mão e me levou até o bar, só que em uma mesa um pouco mais reservada para que pudéssemos conversar mais a vontade.


- Me diz, senhorita, se arrependeu de ter vindo?


Pensei por um momento e antes que eu pudesse responder ela novamente diz em meio a sorrisos:


- Danço tal mal assim?


Não, não me arrependi! Me arrependerias se não estivesse a cá. – falei olhando fixamente em seus olhos, num rompante de ousadia e desejo.


Conversamos e rimos por algum tempo. Conhecer um pouco mais dela despertou ainda mais meu interesse. Além de linda, Leila ela era muitíssimo inteligente e bem humorada. Em uma certa altura do bate-papo, ela me puxou pelo braço em direção a pista. O som frenético e cadenciado só fazia aumentar aquela energia sensual-sexual que só tem na Bahia.
Dançávamos separadas por centímetros. Nossos corpos pareciam unidos. Num leve rebolar ela me tomou pela cintura fazendo com que ficássemos ainda mais juntas. Corpos colados, transpirando suor e exalando excitação por nossas poros.


E esse clima de tesão e sensualidade se estendeu por a noite toda. Sentia minha pele arder ao roçar na dela. Excitada. Molhada. Completamente louca de desejo por Leila. Nem me preocupava com nada. Apenas queria ser possuída por aquela mulher. Eu, Helena, era a única responsável por meus atos. Estava sã, justamente para não culpar a bebida por atitudes minhas. Puro tesão. Desejo real e incontrolável. Sem fugas, sem culpas e medos.


Muito depois das 4 da manhã decidimos ir embora. Uma parte do grupo resolveu voltar ao hotel de taxi. O restante das pessoas decidiram retornar caminhando pela orla. Leila e eu estávamos inclusas neste ultimo grupo. Caminhávamos pela praia em meio a conversas, entre olhares e sorrisos. Tão envolvidas em nossos assuntos que nem notamos que ficávamos para trás. No trajeto do hotel, Leila me mostrou a casa onde morava com sozinha com seu cachorro. Nem cinco minutos de onde estava hospedada. E foi bem em frente a sua casa que ela, delicada e firme, me puxou pela cintura e me beijou passionalmente. Minhas pele toda se arrepiou. Como era maravilhoso ter a boca invadida pela língua daquela baiana gostosa.


Minhas mãos percorriam o tronco de Leila quando toquei em seus seios. Assustei-me. Só agora que tinha me dado conta de que estava beijando ardentemente uma mulher. Rapidamente em um gesto instintivo, empurrei Leila para longe do meu corpo:


-Desculpe-me... – disse me Leila desconcertada.


Ainda em estado de choque e sem saber o que responder, desejei boa noite para ela e corri em direção ao hotel, sem olhar para trás.


Cheguei a meu quarto sem ar. Fechei a porta e deixei-me recostar sobre ela. Meus pensamentos eram confusos. Não assimilara direito o que acabara de acontecer. Lembrava do beijo, de uma agradável sensação do suave toque dos lábios de Leila nos meus. Não conseguia entender. Não consegui me entender. “Como pude ser tão covarde?” pensei inconformada. “A desejei tanto... Tive coragem de me aproximar, de seduzir, de dançar com ela... e quando, finalmente, pude sentir seu gosto, a repeli. Não, não, não! Não posso deixar isso assim!” disse a mim mesmo, em frente ao espelho.


Muni-me das últimas gotas de coragem e ousadia que habitavam em mim e parti, em disparada, rumo a casa de Leila. Lá chegando, parei diante a porta. Ainda não sabia ao certo o que fazer, se bateria na porta ou se voltaria para o hotel. Relutei por um momento. Se batesse, daria vazão a meu desejo quase que irracional por aquela mulher, porém não tinha a menor ideia do que aquela aventura brasileira poderia acarretar. Por outro lado, se não me permitisse viver essa loucura, me torturaria por toda a vida com a dúvida de como poderia ter sido se tivesse tido um pouco mais de coragem e um pouco menos de falso moralismo.
Respiro fundo. Batimentos cardíacos descompassados. Num breve movimento bato na porta da mulher que tanto desejava. Ela se abre. Leila surge. Nos olhamos por alguns instantes e sem trocar palavra alguma. Beijo.


O beijo de Leila superou muito minhas expectativas. Sentir sua boca molhada e quente tocando meus lábios num beijo suave e ardente foi como mergulhar de cabeça em um espiral de sensações, muitas delas desconhecidas por mim até então. Calafrios subiam por minha espinha ao mesmo tempo que sentia a temperatura de meu corpo se elevar. A ansiedade contrastava com a segurança que tinha encontrado naqueles braços que se cruzavam em minhas costas. Minha respiração acelerada era calma. Inúmeros sentimentos conflitantes que se harmonizaram no voluptuoso beijo de Leila.


Beijamo-nos por um tempo indeterminado. Arfava de desejo quando ela delicadamente me pegou no colo. Nem me importei para onde ela estaria me levando. De olhos fechados estava, de olhos fechados continuei. Nossas bocas não se desgrudaram em nenhum momento. Só soube que fora levada para o seu quarto quando fui deitada suavemente em uma confortável cama de casal. Estava onde queria: entre seus lençóis. Leila vagarosamente deitou seu corpo sobre o meu e passou a me beijar de uma maneira que me acalmava, mas que ao mesmo tempo me consumia em chamas. O medo que habitava em mim por nunca ter estado com uma mulher, tornava aquela situação muito mais excitante. Experiente, ela sabia exatamente o que fazer comigo. Como me deixar a vontade, como quebrar minhas barreiras respeitando todos os meus tempos. Deitada, podia sentir ela a cheirar minha pele. Senti-me sua fêmea no cio e adorei. Pouco a pouco, Leila ia degustando parte por parte de mim. A cada toque, cada mordida, cada chupar no pescoço meu corpo reagia e pedia por mais. Minha pele se arrepiava com sua mão, sem pressa, explorando-me. Estava completamente a mercê daquela mulher de pegada forte e intensa.


Ainda estava vestida e num ato de puro descontrole tentei me livrar das roupas que usava. Necessitava sentir a pele de Leila roçando minha carne trêmula de tesão e desejo. Ela prontamente atendeu a minha vontade desabotoando minha saia e deslizando sorrateiramente seus dedos sobre o tecido fino da minha calcinha, me instigando mais. Arqueei o corpo em meio a gemidos entrecortados. Ela aproveitou e me puxou para junto de seu tronco. Com mãos ágeis, tirou minha blusa, afagando minhas costas. Deitou-me novamente na cama enquanto cheirava e mordiscava meu pescoço.


Leila não tinha pressa. Podia ver em seu olhos o quanto ela desejava aproveitar cada pedacinho de mim, curva, pelo, toda a gota de suor que saía de meus poros. Enquanto eu a queria mais que depressa dentro de mim. Ansiava tocá-la também e, mesmo não tendo ideia de como fazê-lo, sabia que ela me conduziria.


- Você tirou a minha, portanto, quero a sua! - arrisquei.


-Vem. - e ela se ofereceu para mim.


Parti para cima dela e tirei sua blusa bem devagar, desnudando aos poucos seu tronco, deixando-a com os seios a amostra.


-Agora você continua aqui quietinha. Eu mando. Você só sente! - disse maliciosamente.


Falou lançando-me sobre a cama novamente e tirando, por fim, minha saia. Em seguida tirou sua bermuda ficando, para a minha surpresa, apenas de cueca boxer branca. Juro, nunca alguém ficou tão bem só de cueca. Algo inenarrável: ela de boxer branca, seios a mostra e pele bronzeada. Visão do Paraíso.


Agora estávamos só em roupas íntimas e um leve roçar de nossas peles se tornava eletricidade em meu corpo. Dominada pelo desejo, Leila tomou-me pela cintura me virando de bruços e passou a lamber e chupar todo o meu corpo. Senti suas mãos deslizarem por minhas pernas ao tirar minha calcinha enquanto beijava minha bunda. Quase tive o primeiro orgasmo quando sua língua quente penetrou meu ânus, mais uma deliciosa sensação que desconhecia. Sua língua serpenteava dentro de mim, levava-me ao delírio, fazia-me pedir por mais. Ela entrava e saía em um ritmo frenético, me arrancando profundos gemidos de prazer.
Percebendo que estava prestes a explodir num gozo, Leila deixou meu cuzinho de lado. Subiu por meu dorso roçando os seios em minhas costas. Pude sentir seus mamilos rijos se esfregando em mim e sua língua, que beijava meu ombros. De uma maneira forte puxou-me pelo cabelos, virando minha cabeça, fazendo com que nossas bocas se encontrassem. Agarrando-me novamente pelos cabelos, olhou dentro de meus olhos e disse de maneira descarada:


- Só vou te comer, quando você implorar!!!


Entre gemidos e sussurros, já não tinha nem fôlego para pedir nada só conseguia sussurrar baixinho:


-Eu quero você dentro de mim....


-Não é assim que quero. Quero que me peça como minha mulher submissa.


-Meu desejo era tamanho que naquele momento sentia raiva. Num salto agarrei-lhe o pescoço e puxando seu cabelos disse em seu ouvido:


- Vem me fode! Come tua fêmea no cio!!!


Vi seu rosto se transformar. Era tudo o que ela queria ouvir. Achei que ela ia acabar comigo, e mais uma vez ela me surpreendeu. Deslizou suas mãos e ficou brincando na entradinha da minha buceta, me deixando cada vez mais louca. Não estava molhada e sim jorrando águas por entre as pernas. Ela parecia se divertir com minhas reações. Delirava porque a cada toque seu, meu corpo se contorcia pedindo por mais. E quando ela percebeu que eu não suportava de tanto tesão, meteu dois dedos em minha buceta latejante em uma estocada forte e profunda. Gemi alto, a cada gemido ela aumentava a intensidade das estocadas. Nem sei como ela me colocou de quatro e passou a meter quatro dedos com estocadas mais fortes:


- Me come, me fode, quero mais ....- berrava eu.


Olhei para trás e vi a sua cara de tesão ao implorar que ela me comesse com mais força. Sem pedir minha permissão, ela tirou os dedos de minha buceta e meteu dois deles no meu cú, sem dó, sem parar. Mas para mim ainda era pouco. Meu tesão era tanto que necessitava de mais. E ela, pronta pra satisfazer completamente, meteu vigorosamente quatro dedos em minha buceta ao mesmo tempo me fodia o cú com a outra mão. Uma maravilhosa DP.


Não aguentava mais ficar de quatro de tanto tesão. A cada bombeada minhas pernas ficavam mais moles. Novamente eu estava prestes a explodir num gozo. Novamente ela percebeu. E novamente ela parou. Quis dar um tapa na cara dela. Necessitava gozar!!! Leila olhou para mim e deu uma risada sacana. Virou-me na cama e mergulhou de cabeça entre minhas pernas, iniciando um delicioso sexo oral. Começou chupando a entrada da minha bucetinha. Desceu bem devagar. bebendo todo o líquido que escorria até a entradinha do meu ânus, sugando e sorvendo. Segurava-lhe os cabelos, trazendo sua língua para mais dentro de mim.
Leila alternava lambidas e chupadas em meu grelo durinho. Aos poucos foi aumentando a cadência do chupar e logo meteu dois dedos em minha buceta, multiplicando meu prazer. Habilidosa, ela ritmou o chupar e o estocar dentro de mim, tudo na medida exata para me enlouquecer.


De olhos fechados, completamente entregue, senti sua língua quente a sugar todo mel que escorria de mim, simultaneamente a suas mãos delicadas e fortes me penetrando, me virando a cabeça, extraindo gemidos e gritos de prazer em meios a palavras desconexas.
Unhas cravadas no colchão. Pernas a apertando cada vez mais. Ela mudando o ritmo toda vez que o gozo se fazia perceptível. Estava ensandecida, exalando excitação por todos os poros de minha pele. Descontrolada, implorei para que ela me fizesse gozar em sua boca. Não suportava mais sentir o gozo indo e vindo.


Atendendo ao meu pedido desesperado, Leila parou de me penetrar e se concentrou em sugar meu grelo intumescido. Sua língua a me dar prazer enquanto suas mãos tocavam com suavidade os bicos de meus seios. Ela aumentou a pressão de sua língua em minha buceta, como se quisesse me devorar toda, de uma só vez.


Delirava. Gemia. Arfava. Urrava de prazer. Pernas trêmulas. Movimentos involuntários. Buceta latejante. Suor. Respiração acelerada. Violenta contração. Explosão. Gozo. Jorros de gozo que minha buceta expelia. Delicadamente, Leila fez questão de sugar todo o líquido que brotava de minhas pernas, apresentando-me mais uma nova forma de prazer.


Não tinha mais forças no corpo. Minha baiana safada tinha me deixado exausta. E mesmo com muita vontade de dar prazer a Leila, só consegui acomodá-la entre meus braços e adormecer.


Acordei algumas horas mais tarde ainda com a maravilhosa sensação do gozo em mim. Olhei para o lado e não vi Leila. Em seu lugar um pedaço de papel com os dizeres: “Bom dia, minha turista portuguesa! Tive de sair para trabalhar, mas levo comigo o seu cheiro impregnado na minha pele. Espero encontrá-la mais tarde. Beijos, Leila. P.S.: Que noite maravilhosa!!!”


Sorri, por dentro e por fora. “Bendita terra de todos os santos!” E esse só tinha sido o segundo dia em Salvador...

Comentários

Bernardo Lupi disse…
Gostei de conhecer esta minha compatriota!!! :)
Um conto muito bem escrito e pleno de intensidade sexual...
Saa Fernandes disse…
Nem preciso dizer né escreve com a alma..
esse texto e tão lindo e ao mesmo tempo nos deixa uma questao em aberto
Se Helena nao tivesse voltado atras e arrisca??
Acho que a vida e feita de risco se nao arriscarmos nunca saberemos o que podera aconteceer...

-Esse virioou meu preferido de vdd Lady ameeiii ;D